Um pequeno espírito da luz vivia dentro de uma lâmpada elétrica que pendia do teto do vestíbulo de uma casa de campo. Durante a noite tinha a obrigação de iluminar aquele vestíbulo e mais toda a escadaria. Este trabalho parecia muito difícil para o espírito luminoso.
- Que vida miserável é a minha! - disse certa manhã para a enorme lâmpada que estava junto dele. - Sou igual aos guardas-noturnos: não posso fechar os olhos a noite toda! Só me deixam dormir durante o dia. E até isso, parece que essa gente acha muita coisa, porque mal começo a cochilar um pouquinho, já aparece alguém que aperta o interruptor e me desperta. Dizem que a escada é muito escura e que eu preciso iluminá-la.
Por quê, em vez de ser um espírito luminoso, não nasci uma lâmpada grande? Tu sim, é que tens boa vida! Só te acendem quando chegam visitas!
- Não devias ser tão humilde! - respondeu a lâmpada, com sua voz cristalina.
- Vive um pouco para a tua comodidade! Os outros, logo, se acostumarão, e ficarão tão contentes contigo como antes!
- Está bem, vou seguir teu conselho - replicou o pequenino espírito. - Esta noite dormirei e ninguém me acordará.